Cidade fundada no século 17, Ouro Preto foi o ponto central da corrida do ouro brasileira.
Essa extração predatória exauriu as reservas do metal no século 19, o que diminuiu a influência e importância de Ouro Preto no cenário político e econômico nacional.
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Este fim de ciclo poderia ter representado o fim da cidade, ou sua incontrolável decadência, porém, há na cidade um inegável valor cultural e histórico, o que fez com que Ouro Preto fosse reconhecida no século 20 como Patrimônio Histórico da Humanidade, e isso significa responsabilidades para o Governo Federal Brasileiro, que deve manter Ouro Preto com verba destinada a recuperação, manutenção, incentivos comerciais e históricos e preservação do patrimônio histórico, enquanto organizações internacionais cuidam de incentivar o turismo à cidade.
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Guia de Ouro Preto
E por onde começar falando sobre Ouro Preto? A cidade tem tanto a oferecer. Veja só uma pequena lista:
- Igreja de Nossa Senhora do Pilar;
- Igreja de São Francisco de Assis;
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário;
- Igreja de Nossa Senhora da Conceição;
- Igreja de Nossa Senhora do Carmo;
- Igreja de Santa Ifigênia;
- Igreja de São Francisco de Paula;
- Museu do Oratório;
- Museu da Inconfidência (Antiga Câmara e Cadeia);
- Museu Casa Guignard;
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- IPHAN;
- Teatro Municipal;
- Cine Villa Rica;
- Casa e Parque dos Contos;
- Parque Estadual do Itacolomy;
- Pico do Itacolomy;
- Minas de ferro e ouro Jeje e Mina;
- Cervejaria Ouropretana;
- Hotel, bar, restaurante e Centro Cultural da FIEMG;
- Pousada com arquitetura de Oscar Niemeyer;
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- Chafariz da Praça Reinaldo Alves de Brito;
- Praça Tiradentes;
- Museu de Mineralogia;
- Observatório;
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- UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto;
- Museu e casa de Aleijadinho;
- Arquitetura Histórica preservada;
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- Arte Barroca – Ouro Preto é o maior museu barroco a céu aberto.
- Festival de Inverno em junho e julho;
- Festividades de Páscoa, com tapete de flores e serragem por toda a cidade, shows, eventos, romarias, peregrinação e tropeiros;
- Cachoeira;
- Comida mineira;
- E se você achar os restaurantes caros, tente o prato feito. Na Praça Municipal você vai achar vários lugares para almoçar pagando até R$ 10,00.
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E eu tenho certeza de que esqueci alguma coisa…
Cheguei a Ouro Preto em minha primeira visita próximo do Ano Novo. Por um atraso na viagem, e por não saber como chegar de ônibus, e depois de pegar carona e me perder nas estradas de Minas Gerais, alcancei Ouro Preto após 20:00h de uma noite chuvosa, típica do verão brasileiro.
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Acabava de vir de São João del Rei, de ver a Estrada Real com muita água e verde, e agora via e sentia todas as águas que caem em Minas Gerais durante uma noite escura.
O primeiro choque foi chegar à rodoviária pelo lado de baixo. Como a rodoviária de Ouro Preto está numa ladeira, sobe-se até chegar à rua. Como não havia a quem pedir informações, errei um pouco até achar as escadas, subir e sair na praça. Ao olhar para trás, novo susto. Eu havia acabado de sair de uma casa que mais parecia um armazém. Pequeno mesmo. A impressão insólita que tive de ter saído de um lugar que era maior por dentro.
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Olhei para um lado, ermo, noite e chuva. Olhei para outro, escuridão, chuva e vazio. Olhei para outro e trevas, chuva e nem sinal da estrada. Para onde eu iria?
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Perguntei a alguém que imaginei que morava em Ouro Preto, e o primeiro cidadão que vi me indicou como chegar mais rapidamente à cidade. Olhei e não vi passagem. Resolvi ir para o lado oposto. Vi uma igreja antiga, velha, com cara de abandonada e muito apropriada para uma noite escura e chuvosa numa cidade desconhecida e sem viva alma na rua. Pensei que o bom pároco da Paróquia de Ouro Preto pudesse talvez me ajudar. Segui até a capela e parei ao ver uma luz. Pensei em pedir ajuda. Era o cemitério de Ouro Preto a luz vinha de um velório. Achei melhor seguir adiante.
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Vi a placa Hostel São Francisco de Paula – apontando para uma picada na mata. Segui adiante e se católico fosse, teria feito o sinal da cruz.
Mais adiante, descendo uma ladeira de pedra polida, outra pousada. Pedi para ver o quarto. Dei de cara com um ex-padre que lembrava o legendário Pé-Grande das histórias. Alto, velho, magro, careca, mas com uma barba que daria pra fazer tranças de dar inveja à Rapunzel. Muito simpático, este distinto cavalheiro sorriu para mim enquanto se vestia após o banho. Dentes amarelos e marrons maiores que os de um lobisomem saltaram de dentro daquela bocarra aberta. E queriam que eu dormisse no mesmo quarto que o gentil senhor. Pode esquecer!
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A atendente me explicou que subindo pela trilha no meio da mata havia outra pousada. Pensei comigo que já estava com frio, encharcado até os ossos, fedendo a cachorro molhado, com as meias sendo engolidas pelos tênis, numa noite escura e longe de casa. Minha alternativa seria dormir com o ursinho carinhoso de dois metros de altura. Embrenhar-me no meio da mata fechada numa noite escura e tempestuosa pareceu uma ideia até agradável.
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Segui o trecho de areia e pedra, com um pequeno córrego de água da chuva indicando a direção. A chuva seguia seu curso ladeira abaixo. Deparei com uma porteira fechada. Arrisquei. Curva daqui e dali, cheguei a um conjunto de casas, com lindos lobos-guarás olhando para mim. Felizmente, apenas esculturas. Conversei com o recepcionista, registrei-me, consegui guarida.
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O detalhe foi o quarto. Como eu estava só, foi-me oferecido um quarto de solteiro, mas sem banheiro, porque o que seria o banheiro do meu quarto estava em manutenção. Mas logo ao fim do corredor, havia o banheiro do quarto de casal, que eu poderia usar. Então, eu dormia num quarto, tomava banho em outro, e se não fosse nem dormir, nem tomar banho, usaria o lavabo coletivo, ao lado do meu quarto. Deu pra entender? Sou pequeno pra ocupar tanto espaço.
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De um jeito ou de outro, aceitei. Entrei no quarto, tratei de deixar as coisas e fui ver meu banho. Lembro de ter visto vasos e um suporte de vaso bem por onde eu ia passar. Lembro de ter pensado que era melhor ter cuidado. Lembro de ter passado por ali com a toalha e o sabonete na mão e chutei o suporte com o pé direito. Lembro o quanto doeu. E lembro também que ao voltar do banho, quente e gostoso, chutei de novo o suporte, dessa vez com o pé esquerdo.
Finalmente seco, limpo e com os pés doendo menos, perguntei sobre um bom lugar para comer.
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Descobri que descendo a Rua Teixeira do Amaral eu chegaria na Rua São José. Lá há bancos e se ainda havia um restaurante aberto em Ouro Preto, seria lá. Encontrei aberto o café, restaurante e pizzaria Sabor de Minas. E tive a vida salva novamente por um caldinho de feijão com muita pururuca e chopp escuro. Aqui os pratos são à la carte.
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No dia seguinte, estive na mesma rua, dessa vez para almoçar, no Café e Cia, de comida quilo, do outro lado da rua, com cervejas especiais, como a Bäcker, que tinha conhecido em São João del Rei, e mais recentemente, a Ouropretana, cerveja artesanal feita em Ouro Preto mesmo. Só coisa fina. Este restaurante serve comida mineira do jeito que se faz em Minas Gerais. Com muito sabor! Recomendadíssimo.
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Há muito ainda a contar sobre Ouro Preto e muitas imagens ainda para compartilhar.
Vamos fazer assim, eu conto hoje um tanto e no próximo post mostro e explico o que mais eu descobri. Combinado? Espero sua visita novamente.
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