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Mariana: Guia turístico

Vizinha e pertencente à microrregião de Ouro Preto, Mariana foi a primeira vila, cidade e capital do estado de Minas Gerais. No século XVII, foi uma das maiores produtoras de ouro para Portugal.

Vizinha e pertencente à microrregião de Ouro Preto, Mariana foi a primeira vila, cidade e capital do estado de Minas Gerais.

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No século XVII, foi uma das maiores produtoras de ouro para Portugal.

Tornou-se a primeira capital de Minas Gerais por participar de uma disputa em que a Vila que arrecadasse maior quantidade de ouro seria elevada à categoria de cidade, sendo a capital da então Capitania de Minas Gerais.

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Mariana é a cidade mineira mais próxima de Ouro Preto. As duas estão na mesma microrregião. Ambas preservam a história e a arquitetura das épocas da extração de ouro e dos escravos. As duas são ricas em paisagens e têm sua economia fortemente voltada par ao turismo.

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Mariana
Do original do brasão em latim – Urbs mea cellula mater – “Minha cidade é célula-mãe.”

Tour por Mariana

O trajeto de pouco mais de meia hora é feito de ônibus intermunicipal ao custo médio de uma passagem de ônibus comum. Na data de minhas viagens, algo próximo de R$ 3,00.

O melhor trecho para se chegar a Mariana é via Estrada Real, o que explica as casas de duzentos anos construídas margeando a pista. O que um dia foi sítio, fazenda, casa de engenho e até senzala, hoje é loja, restaurante, ponto turístico ou museu.

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Coisa comum em Minas Gerais até 2014, chove muito no verão, chove muito em feriado, chove um pouco no inverno e vez ou outra chove forte em qualquer época do ano.

E minha primeira visita a Mariana foi igualmente num dia de muita chuva, tempo fechado e céu cinzento. A macro-região, que inclui Ouro Branco é rica em rios e as chuvas são constantes quase o ano inteiro.

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O clima jamais me intimidou antes. E hoje não seria diferente. Poderosamente armado de um guarda-chuvas ordinário, e sem medo de usá-lo, fui percorrer com minha câmera as ruas cobertas de pedrinhas de Mariana.

Saindo de frente à rodoviária de Ouro Preto, a linha de ônibus para Mariana é diária, tem hora certa para passar e não demora. Passa pela rodoviária, a Praça Tiradentes, segue pela periferia, pega estrada, entra em Mariana, faz vários caminhos pelo centro e pela periferia da cidade e retorna, ligando Mariana a Ouro Preto.

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Chegando a Mariana, é fácil ver que é uma cidade pequena. Menor que a irmã ao lado. Movimentada. Muito. Demais!

O trânsito que é proibido em Ouro Preto, especialmente as máquinas pesadas, percorre e sufoca a pequena Mariana com toda a rudeza sonora e visual costumeira da opressão motorizada. Sem esquecer da poluição.

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Ouro Preto não permite o tráfego de veículos pesados Era cidade de mineração e os veios das minas se percorrem todo o município, passando por trechos que o tempo esqueceu e que nenhum mapa registrou.

As entradas para as minas são atração turística para o viajante mais intrépido. Basta sair um pouco do centro e caminhar para os bairros mais afastados.

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Tive a experiência de conhecer as minas de ouro e ferro chamadas Mina e Gege. Além de falar sobre geologia e minérios, a aula de história dos guias mostrava instrumentos de tortura e tratamentos assustadores com aquelas pessoas.

Confesso que durante a narrativa, tive impressões ruins, como se sentisse algo daqueles maus tratos. Aqueles que foram escravizados receberam tratamento hediondo.

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O poste em Mariana mantém a imagem da época, mas o querosene das lamparinas foi cedeu lugar à energia elétrica.

Deixando para trás a época de escravidão, chegar em Mariana, é um pouco como acordar do sonho. Como as minas de ouro ficavam fora da vila, o tráfego hoje é comum ao de qualquer cidade, algo ruim, que dificulta a vista para o visitante, que mal vê a Mariana e suas belezas, tão tomada que está por automóveis.

Como Mariana é uma famosa cidade turística, carros muito novos contrastam com os fuscas bem conservados tão comuns à região.

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Veículos com placa de Mariana tendem a ser são modelos mais clássicos, bem cuidados, já os automóveis de turistas que visitam Mariana são modelos mais recentes.

O morador de Mariana parece preferir carros fortes e que tenham história pra contar. Assim como Mariana guarda muita história.

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Vista da Praça da cidade, a Igreja Matriz de Mariana

Caminhar por Mariana, conhecer a Igreja da Matriz, visitar o comércio da Rua Direita e, olhando em volta, o visitante verá onde tomar um bom café, fazer compras de lembrancinhas para a família e almoçar ou fazer um happy hour.

Bem próximo à Igreja da Matriz o visitante verá, na mesma praça, restaurantes, cafés, lanchonetes. Como a praça é larga, achou-se por bem manter próximos os pontos em que se pode comer em Mariana.

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Claro, quem vai com dinheiro contado deve ir mais para a esquerda. As ruas após a praça da Matriz vão proporcionar locais para comer um prato feito e lanchonetes mais em conta.

Mas os cafés da praça Matriz de Mariana são muito charmosos e o que provei por lá entra na categoria “delícia”.

Câmara Municipal de Mariana e xilindró da cidade – desativado. Nos dias atuais, também é a Administração Pública do município.

Após seguir pela ladeira que conduz às duas igrejas de Mariana, a atual Sede Administrativa e Câmara municipal, e atrás de uma pequena porta de madeira, bem debaixo da Câmara onde os vereadores fazem suas votações, a antiga e desativada prisão.

Achei a coincidência bem interessante. Para escravos as celas ficavam debaixo de igreja e para presos comuns , vi em mais de uma ocasião, as celas debaixo da prefeitura, debaixo da Câmara…

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O Barroco é o estilo arquitetônico predominante na cidade, que é do período colonial. Os brasões de Portugal e de antes do Império do Brasil podem ser vistos com facilidade em Mariana.

Para quem vai de carro, ao invés de asfalto, o centro histórico é pavimentado com pedras irregulares gastas pelo tempo e por tantos veículos, ficam escorregadias em épocas de chuva.

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Motociclistas devem ter cuidado redobrado e os carros de motor mais econômico terão dificuldades maiores.
Agora, imagine essas ladeiras em dias de chuva. Vá preparado, com calçados aderentes. Um tombo pode estragar seu passeio.

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Suba por aqui até a Praça Minas Gerais. Mas vá sem pressa. As igrejas e a sede do município estão esperando por você lá no alto.

As subidas e descidas de Mariana podem desanimar este ou aquele viajante. Motivação extra para carros por todos os lados e poluindo minhas fotos do Centro Histórico.  Se você tiver um pouco de espírito aventureiro, esqueça o carro um pouco e vá ver a cidade com toda a sua beleza.

Chego ao alto da ladeira e sou recebido pelas Igrejas de Nossa Senhora à direta e São Francisco de Assis, que foram construídas na mesma época, têm quase o mesmo tamanho e concorrem para ver quem atraí mais a atenção dos visitantes da Praça Minas Gerais.

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Sobre as igrejas lado a lado, as histórias falam que as ordens religiosas pertenciam à aristocracia presente em Mariana na época colonial, e como é de se esperar, construir igrejas no século XVIII era sinal de status.
São Francisco de Assis é o santo com mais igrejas em sua homenagem em Minas Gerais. Em Mariana não seria diferente.

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As ordens religiosas de Mariana pelejaram entre si em guerra santa para ver quem atraía mais adeptos, quem coletava mais contribuições, e quem terminava sua respectiva igreja primeiro.

Ouvi histórias de moradores de Mariana dizendo que era comum que os padres de uma e outra ordem saíssem às ruas no domingo chamando as pessoas para irem à missa, cada um com a missão de ver quem colocava mais fieis dentro de sua igreja.

Outra artimanha da guerra santa em Mariana era ver quem tocava mais alto o sino em dias de missa.

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Igrejas de São Francisco de Assis à esquerda e Nossa Senhora do Carmo, do lado direito da imagem.

Era em Mariana que se recebia e guardava o ouro devindo de toda a região, incluindo a então cidade Villa Rica, hoje Ouro Preto.

Toda a arrecadação era embarcada para Portugal, seguindo em tropas e escoltas pela Estrada Real até o Rio de Janeiro ou Paraty, dependendo do caso.

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A cidade foi capital do estado nessa época. Tenho certeza de que o conjunto dos três edifícios históricos da Praça Minas Gerais em Mariana deve ser lindo num dia ensolarado. Mas num dia de chuva, só me resta pedir desculpas por eventuais carro e guarda-chuvas no caminho  de uma fotografia.

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Salão da Câmara Municipal de Mariana. Aqui são feitas ainda hoje as votações e deliberações dos vereadores.

Apesar do céu carregado e da água na lente, adorei a visita a Mariana. Sair um pouco do ambiente conhecido e seguro ajuda a alma a crescer. Viajar é preciso, necessário e essencial!

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A estreita rua da Glória, que se encontra mais à frente com a rua Direita. Centro histórico de Mariana.

Para voltar a Ouro Preto bastou voltar pelo caminho por onde cheguei. O mais complicado foi saber de qual dos pontos de parada sairia a linha que eu queria.  parece que todo o transporte público da cidade passa por aquele quarteirão de Mariana.

O barulho e os veículos pesados incomodam. Assim como o ar poluído. Aqui o morador de grandes cidades vai se sentir em casa. Toda a poluição e o barulho do carro. Prefiro pegar um ônibus.

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A estreita e movimentada Rua Direita, pensada para tropeiros, bois e carroças. Os carros ocupam muito espaço.
A tão conservada e trabalhada arquitetura e decoração barroca de Mariana. Minha vontade é de passar dias lá fotografando apenas os detalhes, como portas, enfeites, decorações e entalhes.

Volto lá assim que puder!

Segundo Cartório de Notas – A arquitetura da época está bem preservada.
Ainda na rua direita, os botequins mais velhos que qualquer morador de Mariana, e que já deram refeição, abrigo e cachaça a escravos, senhores, tropeiros, soldados, e toda sorte de visitantes por mais de duzentos anos.
Porta da prisão. No subsolo da Câmara Municipal. Não está mais ativa, mas caso um vereador saia da linha, a ideia bem que pode ser reaproveitada.

Semana que vem, colocamos de novo o pé na estrada e seguimos pela Estrada Real a outros locais e cidades que merecem ser visitados. E você merece visitar tanto lugar bonito. Vem viajar com a gente!

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